Vi o primeiro vídeo do projeto ("a inconcebível vontade...") e achei muito interessante. Faz o sujeito refletir sobre vários temas e o que mais me sensibiliza nele é a questão do anonimato da cidade grande. E até quando considerar inconcebível a vontade de olhar para o chão pode ser revolucionada olhando para cima? Bom, pelo menos faz pensar. Tem um trabalho que considero belíssimo (na medida proporcional ao que os sociólogos podem ser belos), chamado "a metrópole e a vida mental", de George Simmel (talvez já tenha falado sobre ele, pois alémde ser um clássico das ciências sociais, acho o texto magnífico). Fala sobre esse tema também, dentre outros: a solidão na cidade grande, a questão do tempo controlado do citadino (expresso no vídeo de vocês quando o personagem deixa o relógio cair no chão), o anonimato, a mediocridade que é ser "singular" no meio de tantos iguais. Há um grande diálogo desse ensaio (que e de 1903!!!) e o vídeo do Projeto Cérbero. Gostei mesmo. Mais uma vez a linguagem da arte toca no campo do sensível o que a academia descreve, na maioria das vezes, em tão árduas palavras.
(Camila Sampaio)
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